quarta-feira, 7 de agosto de 2013

INTEGRAÇÃO DO INDIVÍDUO NA SOCIEDADE
RESPONSABILIDADE DOS PAIS


A sociedade familiar adquire características diversas, de acordo com as do grupo ao qual pertence, o que propicia a distinção da educação conduzida dentro dos diversos grupos familiares; porém, um ponto comum, em geral dentro desses núcleos familiares, é a responsabilidade dos pais o direcionamento educacional dos filhos, ou seja, a família torna-se o primeiro grupo a influenciar na socialização da criança.
Desse aspecto, podemos racionalizar que o grupo familiar é o início da educação dos jovens membros, que, que no início da vida, sobrevivem regulados pelos instintos e, aos poucos, com a interferência dos membros já socializados, passa a sofrer transformações de comportamento.
Após a certeza da sobrevivência do novo membro do grupo, inicia-se um segundo momento, o de educar os instintos, ou seja, direcionar dentro da ética social a manifestação dessas necessidades instintivas, desde as regras de higiene pessoal e de grupo a seu direcionamento intelectual e moral, que envolve os conhecimentos das regras da sociedade onde o indivíduo deverá atuar, com a intenção de ser aceito como um de seus membros.
Nesse período há uma assimilação intelectual de sistema de valores do grupo a qual pertence. A criança passa a escutar e a entender palavras, à verbalização e ao entendimento de conceitos diversos, a entender e controlar sentimentos, e também às primeiras noções de certo e errado, a diferenciar o que é bom do que é ruim.
Após a socialização com a família, e, depois de adquirir a capacidade de se movimentar dentro do grupo, o indivíduo passa a se manifestar em pequenos grupos não familiares, e o que mais lhe agrada em primeiro momento são os indivíduos que se encontram no mesmo estágio de evolução que ele próprio, ou seja, os grupos infantis, nos quais vai exercer sua capacidade de interagir de igual para igual.
Os grupos infantis contribuem para a socialização do indivíduo e também para a formação de sua personalidade, pois é onde ele poderá treinar sua individualidade de maneira positiva, uma vez que, se agisse apenas em grupos sociais adultos, ficaria restrito ao papel social de submissão.
Por meio de brincadeiras, dos jogos e tarefas, ele passa a agir dentro de um mundo em que pode se manifestar na razão de seu intelecto, indo sempre além, como constante exercício de formação pessoal, e não ficando aquém da capacidade do grupo maior.
Nesse período a criança,  começa a escolher os amigos de acordo com as afinidades de gostos e simpatias. O Isto o torna parte de algo importante, pois passa a ser aceito pelo que é, e não pelo papel que ocupa no grupo. Nesse período também começa o ensaio das lideranças; as personalidades mais atuantes afloram no contato dos grupos semelhantes.
Nas sociedades simples, somente o grupo familiar é responsável pela educação da criança, pois, de acordo com as próprias necessidades ou as necessidades do grupo, vai aprendendo as tarefas que o levarão ao papel adulto atuante, e no futuro um educador; em algumas dessas sociedades simples, os grupos religiosos influem nesse processo educativo através das práticas e crenças religiosas que estão estreitamente ligadas à sua formação moral.
Porém, nas sociedades mais complexas, surge a necessidade dos estabelecimentos de ensino, que receberam a responsabilidade da educação intelectual e da formação do cidadão, em um mundo que exige sua participação de maneira mais ativa. Nesse momento, surge também a divisão racional do trabalho, em que os com formação profissional adotam, literalmente, um aprendiz, que pode ser ou não do grupo familiar; assim, o processo educacional atinge mais um grau de evolução, pois não é mais restrito aos nobres, ou ao sexo masculino, mas a uma necessidade social na formação de bons profissionais.
Com as novas necessidades de uma sociedade mais evoluída intelectualmente, surge a necessidade da formação de grupos responsáveis pela educação dos jovens e das crianças; surgem, nesse momento, as primeiras ideias das formações escolares.
Com o aparecimento dos grupos escolares, a criança passa a ter um novo grupo de ação, dentro do qual traçará objetivos para seu desenvolvimento intelectual, agora direcionado as suas necessidades de sobrevivência social.
A escola tem por objetivo, por meio do corpo docente, permitir aos jovens o treinamento de ação para a vida futura, pois, dentro desse agrupamento, ele deverá se adaptar a novas regras, bem como partilhará espaço, conhecimentos em sociedade. A sociedade escolar propicia ao jovem vivenciar experiências únicas, como o aparecimento de novos valores sociais, alguns agradáveis e outros não, a hierarquia dentro da sala de aula, esforço intelectual premiado, a inatividade critica através de valores previamente combinados, a competição intelectual ou física, a necessidades de horários rígidos destinados às aulas, a alegria no momento de recreação, o surgimento de líderes e seguidores, etc..
Dentro desse processo evolutivo na área educacional, chegamos ao tempo da necessidade de educar todas as crianças, não uma classe sempre favorecida, mas todas as crianças, como um direito à intelectualização individual, que propicia a evolução de toda a sociedade mundial.


Fonte: Livro – Comunidade Educacional das Trevas. Pedro de Camargo e Eliane Macarini

Por Jair Almendros

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