As pessoas, hoje, mudam muito de religião. E algumas até têm mais de uma. É que elas vão evoluindo cultural e biblicamente, e passam, assim, a questionar questões que seus líderes religiosos ensinam.
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José Reis Chaves - Escritor e Pesquisador Espírita |
Daí que elas deixam sua comunidade religiosa e vão buscar outra, que, com o tempo, passa a ser também como nem a última que abandonaram.
Existe uma expressão
latina muito conhecida com a qual os protestantes e evangélicos fazem questão
de identificar-se: “Sola Scriptura” (Somente as Escrituras).
Segundo eles, todo
o conteúdo bíblico, e somente ele, é a base rigorosa de toda a sua crença. Mas na prática, não é bem assim, pois vemos entre
eles coisas contrárias à Bíblia e muitas outras apenas judaicas e não bem
cristãs.
Sim, às vezes, eles até se prendem mais a questões do Velho Testamento
do que às do Novo.
São Paulo converteu-se
ao cristianismo, e levou para ele questões doutrinárias judaizantes, pois seus
escritos (epístolas) foram os primeiros escritos do Novo Testamento, nos quais os
evangelistas muito se basearam ao escreverem os evangelhos.
Daí que algumas
questões doutrinárias constantes dos evangelhos nem sempre foram ensinadas por
Jesus, mas por Paulo. E essas influências judaico-paulinas, frequentemente, são
até abusivas nos ensinos dos líderes religiosos, principalmente protestantes e
mais ainda entre os evangélicos.
Para Jesus as obras são mais importantes: “A
cada um conforme suas obras.” (Mateus 16: 27). Para os protestantes e evangélicos,
vale mais a graça aliada à fé.
Para Paulo, a mulher não deve atuar dentro das
igrejas. Ele ensina mesmo que ela não deve falar nada perante as comunidades
reunidas nas igrejas.
Aqui se percebe também claramente a influência machista
bíblica do judaísmo do Velho Testamento, machismo esse que, com a evolução, é
normal que deverá desaparecer.
Mas é um exemplo de que, na Bíblia, nem tudo é
certo!
E há outras coisas na
Bíblia que seus seguidores não adotam.
Alguns exemplos disso são geralmente as leis
mosaicas e não as divinas ou naturais dos Dez Mandamentos. Uma delas manda
matar os filhos muito rebeldes (Deuteronômio 21: 21).
Outra proíbe o consumo de carne suína.
(Deuteronômio 14: 3 e 8). Outra lei mosaica proíbe também o contato com os
demônios (“daimones” em grego, a língua original do Novo Testamento), demônios
esses que, na verdade, são os espíritos dos mortos e não de outra categoria de
espíritos como muita gente, erradamente, ainda pensa.
Moisés proibiu esse
contato com os espíritos dos mortos, por causa da ignorância do povo sobre a
mediunidade e, ainda, por causa do comércio e da charlatanice que muitos faziam
com essa prática com os demônios ou espíritos dos mortos. Mas vejamos que, em
outra parte, Moisés até elogia dois homens que se comunicavam com espíritos dos
mortos ou demônios.
É que esses dois homens, Heldade e Medade, entendiam de
mediunidade, não faziam comércio com esse contato e até eram profetas (médiuns)
de espíritos que profetizavam através deles.
Sim, pois há dois tipos de profetas:
o do espírito que se manifesta e do médium que o recebe. (Números 11: 24 a 30).
Respeitemos a Bíblia,
mas separemos nela, também, o joio do trigo.
E é por não a conhecerem bem, que
as pessoas ficam confusas e inseguras não se firmando em nenhuma igreja e
ficando como nem macacos de galho em galho!
PS: “Presença Espírita na Bíblia”,
apresentado por José Reis Chaves na TV Mundo Maior (SP).
Sugestões: presenca@tvmundomaior.com.br
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