segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

SE UMA SÓ ALMA SE PERDESSE, DEUS NÃO SERIA ONIPOTENTE E ONISCIENTE



Aos leitores dos comentários do Portal de O TEMPO (www.otempo.com.br) digo que um evangélico, que costuma exceder-se nos seus comentários, disse que eu afirmei que “Jesus é mentiroso”, o que não é verdade. E lembro aqui o sacerdote francês franciscano François Brune, diretor do Vaticano de TCI (transcomunicação instrumental) ou comunicação com os espíritos por aparelhos eletrônicos (rádio, tv, telefone, gravador, computador, vidicom, espiricom etc), e autor de “Os Mortos nos Falam”, que disse: “como eu gostaria de que os católicos amassem Jesus como o amam os espíritas!”.



Deus, além de onipotente e onisciente, é onipresente e onividente. Onipresente significa que ele está presente em todos os lugares onde Ele quiser estar, onividente, que Ele vê tudo que é visível e invisível do passado, do presente e do futuro.

Deus criou o homem com livre-arbítrio, podendo ele fazer o que quiser. E há dois tipos de poder: o poder ou capacidade para fazer alguma coisa e o poder moral. Assim, o indivíduo tem o poder de assassinar alguém. Porém, moralmente, não tem esse poder. E ele é recompensado e punido, reciprocamente, pelo bem e pelo mal que fizer. Quanto a Deus, é como se Ele não tivesse o livre-arbítrio, pois tudo que Ele faz é certo e bom.

Não pode haver incompatibilidade entre a salvação e o livre-arbítrio. Sendo Deus todo-poderoso, amorável e sabedor de tudo, Ele jamais no-lo daria, se ele pudesse arrastar-nos a uma condenação para sempre. O livre-arbítrio não pode ser, pois, como se fosse uma isca mortal no anzol para o peixe. Deus não é pescador e nós não somos peixes!

E assim, conclui-se que o livre-arbítrio mal usado pode realmente nos causar consequências de males ou sofrimentos, mas temporários, e não para sempre, uma vez que seria uma injustiça, pois seria uma pena como que infinita para faltas finitas. E essa injustiça não se pode atribuir ao ser infinitamente perfeito e amorável que é Deus. 

É por isso que Ele, onipotente e onisciente que é, dotou-nos não só do livre arbítrio, mas também do fenômeno da palingenesia ou reencarnação, exatamente para possibilitar-nos, através de várias vidas terrenas, a nossa evolução ou regeneração, como se lê em Mateus 19: 28 e Tito 3: 5 (ver a Bíblia nos seus originais gregos, pois a palavra “palingenesia”, que é a volta à vida ou outra reencarnação (ver dicionários) foi traduzida errada, propositadamente, por regeneração, exatamente para esconder a ideia da reencarnação). 

É justamente pela palingenesia que todos nós poderemos conseguir a nossa regeneração, purificando-nos de nossos erros, e podermos assim alcançar a nossa difícil passagem pela chamada porta estreita, símbolo da salvação segundo o ensino do nosso excelso Mestre.

Se somente um filho de Deus se perdesse irremediavelmente para sempre, Deus não seria um Ser todo-poderoso, onipotente, onisciente, onividente e de amor infinito, capaz, pois, de poder livrar todos os seus filhos, infinitamente amados por Ele, do tão falado e exaltado inferno sempiterno. 

Ora, para isso se realizar, não poderia faltar a vontade de Deus. E se Ele é onipotente e onisciente pode e saberá como concretizá-la.

A aceitação, pois, da hipótese de perda irremediável e para sempre de um só filho de Deus, sem a palingenesia para a regeneração, seria até como que uma blasfêmia contra o Todo-Poderoso e Todo-Amoroso Pai e Mãe de todos nós!

José Reis Chaves - escritor e palestrante espírita

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