A mediunidade, hoje, é
estudada em grandes universidades, e há até teses pós-graduação sobre ela: http://psicografiaeprovajudicial.blogspot.com.br/
E é, principalmente, pela ignorância do povo judeu e da prática de comércio e charlatanice envolvendo-a, que Moisés proibiu sua prática em Deuteronômio capítulo 18.
Kardec deixou claro que, quando ele dizia que uma
pessoa era médium, ele queria dizer que ela possui um dom especial igual ao dos
profetas bíblicos. E eles eram chamados também de videntes (1 Samuel 9: 9).
Ademais, Joel e são Pedro profetizaram que, no
futuro, todas as pessoas seriam profetas. E todo espírito é como se fosse uma
extensão de Deus, daí a frase: “Derramarei de meu Espírito sobre toda carne.” “Vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão
vossos velhos...” (Joel 2: 28; e Atos 2: 17 e 18).
A mediunidade está
presente em pessoas de todas as religiões e até nas ateias. São Paulo a chama
de dom espiritual, ou seja, dos nossos espíritos. Ela consiste no dom de os
médiuns atraírem espíritos que se manifestam através deles.
Porém, numa manobra
inteligente, mas infeliz, pois anulou uma verdade bíblica, os teólogos do
cristianismo abafaram esse dom da mediunidade, passando a ensinar que era o
Espírito Santo da Terceira Pessoa trinitária que se manifesta e não um espírito
humano bom (“bonus”), como diz são Jerônimo na Vulgata Latina.
O Espírito Santo,
Deus trinitário, foi criado por eles, principalmente, a partir do Concílio Ecumênico
de Constantinopla (381). E ensinaram que só o papa e os bispos podiam recebê-lo,
abafando, assim, o dom espiritual da mediunidade.
Os poucos padres e bispos
médiuns que recebiam espíritos bons acreditavam que fossem o Espírito Santo
trinitário, mas ficavam confusos quando recebiam espíritos atrasados que
não podiam, pois, ser tidos como o
Espírito de Deus.
E passaram a chamar esses espíritos de demônios (“daimones”).
Mas, como se diz, o tiro saiu pela culatra, pois demônios são almas humanas
boas ou más!
Mais tarde, os que tinham o dom de mediunidade, principalmente, se
fossem mulheres, eram tidos como ‘endemoninhados’, bruxos e feiticeiros, e
morriam nas fogueiras da Inquisição. Mas nada ficará oculto, ensinou o excelso
Mestre. E, com o fim da Inquisição, a mediunidade vem avançando, como vimos,
segundo as profecias de Joel e são Pedro.
“Samuel profetizou até
depois de morto.” (Eclesiástico 46: 20). Não foi, pois, o cadáver dele que
profetizou, mas o espírito santo ou a alma santa dele, e através de um médium,
sem o que não poderia haver a comunicação dele. Os protestantes e,
principalmente, os evangélicos pentecostais e fundamentalistas vão dizer que o
Eclesiástico é da Bíblia Católica da qual Lutero retirou sete livros, entre
eles esse livro, apócrifo para eles.
Mas a Bíblia Católica é muito mais
confiável do que a de Lutero!
Ademais, no Livro de Números 11: 24 a 30, Moisés
não só reconhece como válida a recepção de espíritos que profetizavam pelos
profetas encarnados ou médiuns Heldade e Medade, mas até os elogia!
E nesse
episódio, não é também o Espírito Santo dogmático da Terceira Pessoa trinitária
que profetizava, pois os dois recebiam espíritos (no plural) e não o próprio
Espírito de Deus (no singular) como ainda pensam muitos cristãos médiuns,
quando recebem bons espíritos!
José Reis Chaves - Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC MinasEscritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo HorizontePalestrante nacional e internacional espírita e de outras correntesespiritualistasApresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo MaiorParticipante do programa “O Consolador” da Rádio Boa NovaTradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para aEditora Chico Xavier.E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e naCiência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, amboslançados também em inglês nos Estados Unidos.
PS: “Nos Passos do
Mestre” nos cinemas, em 24-3-2016. Contato FEAL: Erika Silveira, (11) 2086-4360
- assessoria@feal.com.br
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